
Permitam-me escrever este texto em primeira pessoa, pois muito do que vou colocar aqui faz parte da minha experiência profissional como Executivo e Empresário de Tecnologia, e pessoal como um indivíduo da sociedade que é diretamente impactado pelas alterações cotidianas que a evolução tecnológica nos impõe dia após dia.
Celebramos 10 anos que iniciaram na Alemanha os primeiros movimentos da estruturação do que veio a ser batizada pelo Deutsches Forschungszentrum für Künstliche Intelligenz, ou traduzindo do alemão para o português, Centro Alemão de Pesquisas para Inteligência Artificial, de INDÚSTRIA 4.0.
Eu, particularmente, não chamo de revolução, mas sim de evolução, pois considero que mesmo que haja um movimento expressivo em um determinado momento ele é resultado da soma de muitos outros movimentos menores anteriores que sustentam uma mudança seja ela tecnológica, social, política, etc ou todas elas juntas o que normalmente acontece. E foi o que aconteceu desde o início da automação eletrônica, que determinou a terceira onda de evolução em meados de 1960.
Nestes dez anos vimos muitas evoluções e adoções de tecnologias pelas empresas provedoras e pelas empresas consumidoras de tecnologia. Eu, particularmente, ouví sobre Indústria 4.0 e tive meu primeiro contato com este movimento em 2014 quando estive em uma reunião de executivos de empresas do setor de siderurgia junto ao Governo Alemão na cidade de Dusselforf e lá entendi que a nova revolução não se tratava de automação, somente, mas sim dominar um dos principais capitais das empresas e da socidade atual. A informação. Vimos a consolidação do tal big data, do processamento em nuvem, da inteligência artificial e cognitiva, dos bots, robôs virtuais, o Ipv6, o IoT e muito mais.
Creio que o Brasil não sentiu tanta evolução no setor industrial como em outros países, pois o nosso rítmo de desindustrialização segue firme. Por outro lado, vemos outros setores, como Comércio, Agricultura, Medicina e Serviços se desenvolverem de forma significativa adotando tecnologias disponíveis, tirando benefícios, gerando valor e obviamente se valorizando também como empresas. Lembrando que Indústria 4.0 é um anglicanismo. Indústria 4.0 é muito mais que ¨Manufatura 4.0¨.
Só que, quem em 2011 ou 2014 imaginaria uma situação com esta que estamos vivendo nos últimos meses? Um mundo globalizado, não esquecendo que globalização faz parte dos alicerces da I 4.0, trouxe um mundo sem fronteiras para negócios, relacionamentos humanos ou trabalhistas e também para novas endemias. E novamente a necessidade de domínio da informação se tornou fundamental. Informação do que é a doença, como ela age, como contratacar, informações sobre protocolos com resultados positivos ou negativos e mais, vimos que con tanta informação em muitos lugares, onde ainda reina o subdesenvolvimento educacional, a informação é utilizada para fins totalmente antiéticos e pouco morais. Antigamente falavamos em contrainformações. Hoje falamos em ¨fake news¨.
Tenho conhecidos que trabalham diretamente com o estudo desta nova endemia no Brasil e que me comentam que algoritimos de interpretação de genomas de DNA e RNA são ferramentas importantíssimas para entender estes novos entes semivivos. Sem alguns sistemas ciber-físicos integrados a redes mundiais de pesquisas demorariam mais de 10 anos para fazer o que fazem em um único dia.
E assim, vamos seguindo. Usamos hoje nosso ciber-físico celular movel para manter o distanciamento social e diminuir a proliferação de vírus, pois esta nova ameaça o tradicional antivirus/antispam não resolve. Esse ataca quem não é ciber-fisico, mas talvez um semi ciborg que usa óculos para ajudar a digitar e ver melhor a video conferencia que está rolando no seu home office e que sem este ¨device¨ seria um ultrapassado homem das cavernas sem poder enxergar nada.
A grande pergunta que temos agora é como será a Industria >4.0. Particularmente entendo que já temos nos laboratório das empresas de tecnologia, ferramentas suficientes para dizer que já enstamos na 4.5 ou até mais. Quase na 5.0. E entendo que essa nova indústria não será físico sibernética, mas genetico sibernética. Me formei em Engenharia Industrial Mecânica na década de 80, mas se estivesse para escolher uma nova profissão seria Engenharia Genética. Dominar bits ficou no passado, mesmo que ainda continuamos usando tecnologias binárias, mas o futuro não será somente de Zeros e Uns e sim de AT/GC. Assim será a Industria 5.0, no meu humilde olhar. Que venha o futuro!!
Autor: Reinaldo Lorenzato
Diretor de Consultoria at ReachFor – Serviços e Soluções